Gari é indiciado por injúria racial contra alunos da UFSM

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava um caso de injúria racial contra dois estudantes, de 19 e 23 anos, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ocorrido em outubro de 2018. De acordo com o delegado Antônio Firmino de Freitas Neto, titular da 4ª Delegacia de Polícia (4ªDP) e responsável pelas investigações do caso, o suspeito é um gari que passava pelo local, na Avenida Roraima, na época dos fatos.

As investigações concluíram que o gari teria ofendido os dois alunos enquanto eles caminhavam pelo campus, em direção a uma agência bancária, na tarde do dia 10 de outubro de 2018. Na época, um dos estudantes foi ouvido pela Polícia Civil e afirmou ao delegado que o homem teria disparado ofensas contra os dois:  "seus nego sujo, vai lavar esses cabelo, macaco fedido". Eles ainda teriam sido ameaçados. 

- Nós ainda precisávamos conversar com a outra vítima, o que só aconteceu na tarde de ontem. As imagens falam mais do que o depoimento prestado pelo suspeito, e nós concluímos que os depoimentos das duas vítimas eram suficientes - comentou o delegado.

Ainda no ano passado, o gari foi ouvido pela Polícia Civil e negou as acusações. O homem segue em liberdade. O inquérito segue, agora, ao Judiciário, que vai decidir se oferece denúncia contra o suspeito ou se arquiva o caso.

OUTRAS DENÚNCIAS  
Este foi o quarto caso de ofensa registrado  na maior instituição federal de Ensino Superior do interior do Estado. Desde 2017 até agora, foram seis casos no total.

Nesta terça-feira, uma pessoa foi denunciada pelo Ministério Público Federal após uma reviravolta em uma das investigações. O estudante da UFSM que foi vítima de um ataque em 2017 poderá responder por injúria racial, ameaça, falsidade ideológica e denunciação caluniosa. Ele é investigado por ter enviado a si mesmo, e a outra pessoa, mensagens preconceituosas e de ameaça. Quando relatou o caso, para a Polícia Federal ainda disse que achava ser um colega o responsável pelo conteúdo.